sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Lançamento de Letícia Moller


Letícia Moller convida para o lançamento de Fidalgo, Finório e  Firula





segunda-feira, 11 de novembro de 2013

sábado, 2 de novembro de 2013

Tecendo Histórias, Traçando Ideias na 59ª Feira do Livro



O Projeto Tecendo Histórias, Traçando Ideias, que contou com a parceria, entre outras, da AEILIJ -Regional RS, tem o encerramento no Museu Hipólito José da Costa, com mostra do trabalho desenvolvido em 11 escolas estaduais, desde março deste ano.

A mostra estará aberta ao público até o dia 17, data de encerramento da Feira.

Fica o convite e nossos agradecimentos a todos, em especial, a nossos escritores e ilustradores que colaboraram com livros, ilustrações, visitas e contatos nas escolas.

Ainda um especial agradecimento a 1ª CRE, na pessoa da  Assessora Pedagógica, nossa associada Patrícia Langlois, que foi incansável no planejamento e execução do Projeto Tecendo Histórias, Traçando Ideias.

Parabéns aos que chegaram até aqui e o nosso desejo de que haja continuidade do Projeto para o próximo ano.

Jacira Fagundes









quarta-feira, 30 de outubro de 2013

MEU PRIMEIRO LIVRO na Feira






O painel – Meu Primeiro Livro – refere-se essencialmente à primeira publicação onde o autor da imagem ou do texto faz o relato das escolhas feitas quanto a narrativa e personagens, do caminho até a publicação, de  suas expectativas e a recepção do público, relacionados a essa primeira experiência.   
Nessa 2ª edição do Painel, foi aberto espaço para escritores que participaram em 2012, retornarem para um novo relato: “Da primeira publicação até aqui, o que foi que mudou?”, constituindo assim, um olhar para a trajetória do autor de literatura infanto-juvenil.

Formato: composição de mesa com o nº de 07 autores e  1 mediador.
Cada autor terá o tempo de 10 minutos para apresentação seguidos de 05 minutos para perguntas do público. 

Clientela: escritores, ilustradores, professores, bibliotecários e público em geral

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Nossos autores com lançamentos na 59ª Feira do Livro



Escritora Gláucia de Souza convida












Escritor Péricles de Cenço e ilustradora Carla Pilla convidam





Escritora Maíra Suertegaray convida












Escritor Marion Cruz e ilustradora Patrícia Langlois convidam








 A escritora Viviane Juguero 
         e a ilustradora Monika Papescu convidam 








 Escritor e Ilustrador Hermes Bernardi Jr. convida







Escritora Rosane Castro e ilustradora Monika Papescu convidam,




Escritora Fernanda Pedrazzi  convida



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Projeto acontece na Casa de Cultura Mário Quintana



Aconteceu ontem, dia 05, o evento programado pela 1ª CRE na Casa de Cultura Mário Quintana.
A AEILIJ teve o lançamento da Exposição de Ilustrações e Minibiblioteca Itinerante, que veio acontecendo nas escolas estaduais desde março deste ano, mais uma vez apresentado pela Patrícia Langlois, coordenadora do projeto “Tecendo Histórias, Traçando Ideias” e pela Jacira Fagundes, da AEILIJ- Regional RS.
Presentes, coordenação da 1ª CRE, diretores e professores das escolas envolvidas no projeto e autores de LIJ – Leila Pereira e Jorge Martins.
O Projeto traz a público, no 5º andar da Casa de Cultura, espaço Sapato Florido, além das ilustrações e exposição dos livros da Biblioteca Itinerante – belíssimos trabalhos das escolas, resultantes do projeto.
As escolas e o público em geral, estão convidados a visitar a exposição, assim como apreciar e ler os livros que se encontram no expositor cedido pela  Biblioteca Lucília Minssen.
O Projeto “Tecendo História, Traçando Ideias” terá encerramento no dia 06 de novembro, na 59ª Feira do Livro.
           




quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Notícia do Encontro da AEILIJ



Embora a chuva e o frio  persistentes conspirando contra, na noite de 27/08, ocorreu com ótima audiência e participação,  o Encontro programado para associados e convidados da AEILIJ- Regional RS.  

Nosso palestrante – Prof e Dr. Marcelo Spalding – conduziu o tema proposto:

 "As novas tendências para a literatura infantil e juvenil. O que acena o futuro quanto ao livro físico ou digital.”

Tema instigante e atual, que foi conduzido com o relato da vasta experiência no campo da tecnologia, apresentação de vídeo de livros digitais, informações relevantes e muita interação com o público.

Interessante e peculiar foi a forma como o palestrante foi desmembrando o tema, destacando palavras e levantando questões vinculadas a cada termo, tais como: tendência, futuro, livro físico e livro digital.

A AEILIJ cumpre assim, mais uma programação de interesse de seus associados, no sentido de trazer, sempre que possível, a  informação e discussão de temas pertinentes a LIJ.

Fica o agradecimento ao palestrante Marcelo Spalding e aos associados e convidados que se fizeram presentes, prestigiando o encontro.

                                                          


sábado, 17 de agosto de 2013

O Tecendo Histórias faz apresentação de Exposição e Minibiblioteca Itinerante na última escola do Projeto


O Projeto Tecendo Histórias, Traçando Ideias encerra, com o Colégio Estadual Paula Soares, a série de instalações da Exposição e Minibiblioteca Itinerante da AEILIJ- Regional RS.

Um belíssimo trabalho de parceria da 1ª CRE e AEILIJ - Regional RS junto a 11 escolas estaduais.

Mas o Projeto não termina aqui.

Em setembro teremos nova exposição na casa de Cultura Mário Quintana.

Aguardem!




quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Encontro AEILIJ - Regional



Vem aí um novo encontro da AEILIJ- Regional RS.
Associados, agendem-se.
Compareçam, prestigiando sua associação.



Encontro AEILJ-Regional RS


A AEILIJ – Regional RS realizará, na data de 27 de agosto, das 19 às 21h, um novo Encontro com os associados.
O convite é aberto a associados e convidados.
A Biblioteca Lucília Minssen, parceira da AEILIJ, cedeu a sala Lili Inventa o Mundo para o evento.

Na pauta, relacionados:

 - Assuntos gerais

- Atividades da AEILIJ agendadas para a 59ª Feira do Livro de Porto Alegre- por Hermes Bernardi Jr. e Jacira Fagundes

- "As novas tendências para a literatura infantil e juvenil. O que acena o futuro quanto ao livro físico ou digital.” - Palestra proferida pelo Prof. Dr. Marcelo Spalding


sábado, 3 de agosto de 2013

AEILIJ traz o prazer de um novo VICE-VERSA







Duas novas associadas abrem o vice-versa neste 2º semestre - Martina Schreiner e Liza Petiz. Seria entrevista entre duas ilustradoras, não fosse uma delas, também escritora.
Martina  está na estrada já de algum tempo. Designer, projetista, escritora e ilustradora de livros de própria autoria e de outros tantos.
Liza  vem conquistando espaço  no campo da ilustração na literatura infantil e juvenil. Não mais uma promessa, ela vem se reinventando com  muito profissionalismo.


Vejamos o que esta dupla de profissionais tem a nos dizer de seus trabalhos e de suas trajetórias artísticas.









 
 Martina pergunta. Liza responde.


Martina - Ilustrar é um sonho antigo ou uma descoberta recente? Como surgiu, na tua vida, a vontade de ilustrar? E como essa vontade virou realidade?
Liza - Sou filha de um artista plástico e convivi com as Artes Plásticas desde criança, portanto sempre fui apaixonada pela imagem. Decidi trabalhar com arte educação e dividir com as crianças a magia que as imagens despertam em mim. Neste momento comecei a pesquisar a literatura infantil e descobri este universo maravilhoso, passando a usar a ilustração como referência nas minhas aulas.  Criar imagens, ilustrações, foi um sonho que comecei a cultivar há dez anos, mas só em 2011 coloquei as minhas ideias em prática e iniciei o meu trabalho como ilustradora.  Meu sonho virou realidade com a publicação do livro Assombros Juvenis, do qual participei junto com outras quatro autoras. Esta oportunidade foi muito importante e me deu segurança para começar uma nova carreira. Atualmente divido meu tempo como professora, coordenadora pedagógica de Educação Infantil e ilustradora.
 
 
Martina - O contato com as crianças em sala de aula influencia teu trabalho como ilustradora? Como?
Liza - O contato diário com as crianças me renova sempre, alimenta o meu olhar sobre o cotidiano, o senso de humor e com certeza influencia o meu trabalho como ilustradora. Procuro criar imagens que sejam diretas, simples e coloridas, assim como são os desenhos dos meus alunos. Observar as suas criações espontâneas e recheadas de criatividade é a minha maior inspiração. Algumas vezes troco ideias com as crianças a respeito do que desejo criar, eles me dão dicas e me ajudam a refletir sobre o que é essencial na imagem.
 
 
Martina - E no caminho inverso, teu trabalho como ilustradora influencia o trabalho como professora? Como?
 
Liza - Também interfere e de forma muito positiva, primeiro porque a literatura é  base do meu trabalho. Toda vez que compro um livro novo, levo para a sala de aula e mostro para as crianças. Procuro mostrar a elas o universo variado, em termos de imagem e texto que encontramos hoje; oferecendo referências que fujam aos estereótipos, propagandas e personagens da televisão. E depois, a minha pesquisa com a ilustração e a minha parte leitora, me tornam uma pessoa mais sensível, aberta e motivada a compartilhar com os alunos um mundo em que tudo é possível e que alimenta os nossos sonhos e desejos, que é a literatura como um todo.
 
Martina - Tu costumas usar bastante colagem e um mixe de materiais. Como funciona o teu processo de trabalho? Como tu escolhes a técnica, de onde surgem tuas ideias?
Liza - Acredito que minha técnica será sempre mista, pois gosto das texturas, dos relevos, de riscar em cima da tinta, sobrepor figuras e materiais. A colagem também é uma opção que me permite brincar com a composição até chegar ao resultado final.
As minhas ideias vem do universo infantil que faz parte do meu dia a dia e também das artes plásticas. Gosto muito de ilustrações com cores suaves e monocromáticas, mas quando começo a elaborar minhas imagens, as cores gritam. Não consigo fugir do colorido, dos contrastes, o que remete a artistas do cubismo e impressionismo, que me encantam demais.
 
 
Martina - Se aparecesse uma fada madrinha ou uma lâmpada mágica e te oferecessem o trabalho dos teus sonhos, como ele seria?
 
Liza  – As histórias que mais me dão prazer acontecem em cenário medieval, então me realizaria ilustrando uma história com castelos, princesas, reis, dragões, elementos fantásticos que são os meus favoritos até hoje. Venho pensando muito em fazer um livro com texto e imagem criados por mim, esse no momento é o meu maior sonho.
 


  Liza pergunta. Martina responde.
 Liza - Em que momento da tua vida tomaste a decisão de ser ilustradora e por quê?
Martina - Pois eu sempre digo que virar ilustradora aconteceu meio por acaso. Eu estava insatisfeita com o meu trabalho como publicitária. Então resolvi resgatar o prazer no desenho, que havia sido o grande motivador da minha escolha profissional, e que parecia perdido no meio de tantos trabalhos publicitários descartáveis.
Numa dessas experiências eu e uma amiga acabamos fazendo um protótipo de um livro infantil. Eu não fazia a menor ideia de como o mercado editorial funcionava, mas resolvemos arriscar. Enviamos o trabalho para várias editoras e, depois de várias experiências frustradas, fui chamada para ilustrar o meu primeiro livro.
 
 
 
Liza - Por que a escolha pela literatura infantil?
 
Martina - Eu sempre fui uma ávida leitora de literatura infantil, mesmo depois de adulta. Mas talvez o  fato de eu ser designer tenha contribuído nessa escolha, já que os livros para crianças são um espaço onde se pode exercitar com muita liberdade a comunicação e expressão visual.     
 
 


 
Liza - De onde vem tua inspiração, tuas referências para ilustrar?
 
Martina - Eu acho que as ideias estão no ar, nós só precisamos encontrar. Para ter inspiração basta prestar atenção, estar aberto ao que o mundo nos conta e mostra. São infinitas as possibilidades.
A questão das referências é um pouco mais complexa. Eu gosto de deixar a memória estabelecer as regras. Mas sabe como é, não podemos confiar cegamente na memória, ela nos prega peças. Então eu prego peças na memória: busco referências aleatórias, coleto coisas sem nenhuma ligação com a história, pra fundir com o que eu já tenho e quebrar a imagem pré-concebida da qual quero me descolar.
Tem alguns casos em que eu faço uma pesquisa iconográfica de fotos ou objetos. Por exemplo, em “O Rei roncador”, eu usei vários baralhos diferentes como modelos, para, a partir deles, definir os personagens. Mas isso pra mim não é referência, é modelo mesmo.
 
 
 
Liza - Nos teus trabalhos como escritora e ilustradora, o que vem primeiro, a imagem ou o texto?
 
Martina - O processo criativo é um tanto caótico e nunca funciona de forma linear, pelo menos pra mim. Em “O botão branco” surgiu primeiro uma imagem. Eu tenho a mania de antropomorfizar coisas. Fico procurando bocas, olhos e narizes em maçanetas, torneiras, ferramentas e outros objetos. Numa dessas brincadeiras, transformei um botão em uma carinha sorridente, publiquei a foto no meu blog e considerei a ideia encerrada. A história só foi surgir muito tempo depois. Já no “O rei roncador”, o texto surgiu primeiro, e só depois de tê-lo pronto comecei a desenhar. De qualquer forma, meu processo de criação é muito visual, e, mesmo que o texto surja antes de tudo, inevitavelmente aparecem imagens na minha cabeça enquanto eu escrevo.
 
 
 
Liza - Tu te dedicas integralmente como autora ou desenvolves outras atividades profissionais? Como é a tua organização/rotina de trabalho?
Martina - Eu trabalho em casa. Meu despertador toca todos os dias às 7h30. Levanto, faço café, leio jornal, respondo emails e resolvo todas as pequenas pendências do dia, para poder trabalhar mais tranquila depois.
Tento me disciplinar para ter um final de expediente, parar de trabalhar no final da tarde, mas isso é bem difícil. Com frequência desobedeço “as minhas próprias ordens” e acabo trabalhando até tarde da noite ou em finais de semana.
Além de ilustrar, eu trabalho como designer. Faço projetos gráficos e editoração. Também faço ainda alguns trabalhos de comunicação institucional. Claro, eu sonho em poder me dedicar exclusivamente aos livros em algum momento, mas isso só o futuro poderá responder.
 
 
 
 
 


domingo, 16 de junho de 2013

terça-feira, 14 de maio de 2013

O Tecendo Histórias...no Colégio Marechal Floriano Peixoto

Uma bela tarde no Marechal Floriano Peixoto. Conversa animada entre os  autores de imagem e de texto e turminhas do 2º e do 5º ano.
A Exposição de Ilustrações e Minibiblioteca Itinerante fica na escola até dia 27, para compartilhar.
Obrigada, direção, professores e alunos do Marechal.





sexta-feira, 3 de maio de 2013

Maio lança Novo Vice-Versa








Neste vice-versa, apresentamos dois novos integrantes do quadro de associados da AEILIJ - a escritora Rosane Castro e o ilustrador Vladi Araújo.

Rosane é escritora, arte-educadora e contadora de histórias. Coordenou o espaço "QG dos Pitocos" na Feira do Livro de POA, por quatro anos. É a idealizadora do Seminário de Contadores de Histórias “Ao Pé do Ouvido”, na cidade de Cachoeirinha.

 O infantil “Umas Formigas” é sua estreia na literatura.

Vladi é publicitário e ilustrador. Começou atuando no ramo publicitário e, em 2010, adicionou a suas atividades uma nova paixão – ilustrar livros infantis. Em “Umas Formigas”, divide com Rosane a autoria desta bonita obra.

Vejamos o que esta dupla de profissionais do livro tem a nos contar.





Rosane pergunta. Vladi responde


Rosane - Vladi,  quantos livros você já ilustrou? Como iniciou sua carreira de ilustrador?

Vladi - Ao todo são 13 livros, além de outras publicações para o mercado publicitário.
Minha carreira surgiu aos 5 anos de idade, quando eu tinha um incentivo diário dos meus pais para o desenho, aquilo que até então era a contra-mão de um futuro de qualquer criança; aos 12 anos eu tinha convicção que iria trabalhar com arte. Aos 14 anos trabalhei com ilustração de mapas de cidade em uma editora na qual houve uma realização, uma vez que o trabalho digital com computadores e tecnologia era fascinante para qualquer adolescente. 

Aos 16 anos, comecei a trabalhar em agências de publicidade, aonde por 13 anos tive uma participação direta na criação e construção de obras conhecidas no mercado publicitário. Durante esse período, em paralelo, criei, aos meus 21 anos um Bureau de Ilustração aonde comecei a trabalhar como fornecedor de ilustração e não só como criativo. Esse Bureau foi crescendo até se tornar um divisor de águas e eu montar meu primeiro estúdio de ilustração que levou meu nome até o final de 2012- Vladiaraujo Studio. Em 2010 surge a primeira oportunidade de trabalhar com obras literárias através da editora Nova Castelo, com a ilustração da coleção de livros Cantigas Contadas, uma séria inesquecível para mim e com certeza um dos trabalhos no qual entendi o real significado do meu trabalho naquela época.

Após essa série, surgiram outros trabalhos para outras editoras no qual pude exercer essa nova descoberta do mundo literário, até chegar em 2012 com o convite  da editora Nova Castelo de ilustrar um livro muito especial para mim com uma jóia chamada Rosane Castro, uma parceira incansável na produção desse material, junto da nossa editora-chefe Leila Pereira.  
Rosane - Você utiliza alguma técnica específica para criar suas ilustrações? Fale um pouquinho sobre ela.

Vladi - Sim, o começo é sempre no papel e na concepção desses personagens não em forma e sim em emoção: Que emoção esse personagem terá? Que outras situações esse personagem viveria através do roteiro que me foi passado? O que ele come? Que música ele gostaria? Essas e outras perguntas eu trabalho para montar a personalidade dos meus personagens.

Após isso vem a discussão com a autora sobre esses personagens e sobre esse mundo (contexto) criado para ele: Qual o real significado que  queremos passar com o livro em sua ilustração?
Com isso, busco referências em diversos livros e internet e parto para a confecção dos personagens e cenários, tudo ainda no lápis e no papel.  

Na etapa final, após a aprovação, eu parto para o Digital através do Programa de ilustração Photoshop e Illustrator.  

Rosane - Quais foram os livros que marcaram a sua infância, e como você se relacionava com eles? Lembra das ilustrações? 

Vladi - Me criei em um mundo onde não havia incentivo à leitura. Principalmente na fase infantil, me criei lendo notícias em jornais velhos e lendo livros didáticos da escola. Na adolescência, cultivei o gosto pela leitura de HQs clássicos, como Batman, Superman, entre outros, ainda na adolescência quis adquirir um conhecimento espiritual precoce com leituras de Paulo Coelho e as aventuras de Diário de Mago, O Alquimista, Brida entre outros.
Rosane - A nossa literatura infantil e juvenil é riquíssima. 
O que você pensa sobre a produção das ilustrações no Brasil?          


Vladi - O Brasil é reconhecido mundialmente como a 3ª maior produção de ilustração no mundo, ficando apenas atrás do Japão e USA, porém isso se dá a uma cultura POP que a menos de 20 anos é cultivada no País e que a cada dia o cenário artístico da ilustração brasileira tem alcançado seu espaço no mundo. O Brasil é moda, o Brasil é tendência, então tudo que é produzido aqui reflete isso com muita personalidade. 

Rosane  - Você está sempre produzindo muitas imagens, para livros ou para publicidade, onde você busca inspiração para as criações?  

Vladi - Minha maior inspiração é sempre a vida, parece um papo default, mas tem uma verdade muito grande nisso, uma vez que o dia-a-dia das pessoas é tão rico e cheio de referências. Como exemplo, uso uma vez em que tinha que criar um personagem para o Livro Tereza. E no meio da discussão dos personagens, eu tinha elaborado uma personagem, loira, bonitinha, toda Europeia, Eis que minha esposa, na época disse: - Eu sempre imaginei que a Terezinha de Jesus era negra, e não branca.

Aquilo foi um divisor de águas no sucesso do livro, gerou um grande re-trabalho, uma vez que tínhamos pré-aprovado algumas páginas e teria que ser refeita, porém essa interpretação de um simples comentário fez com que eu arranjasse um novo grande significado para essa personagem.

Por fim, todo fato gera um significado maior ou menor, todo significado gera uma experiência e toda experiência gera uma emoção. No meu trabalho eu não vendo ilustrações, eu vendo emoções para as pessoas. 

Vladi  pergunta. Rosane responde.


Vladi  -  Rosane, qual a sua inspiração para criar os contextos e ambientes dos seus livros?

Rosane - Minha inspiração vem das observações que pratico no cotidiano. Sou muito observadora e sensível às pessoas, ambientes, objetos, músicas, etc... Tudo pode servir de motivo para que eu escreva uma história. 

Vladi - Fazendo uma análise pedagógica, como você vê o incentivo à leitura de livros impressos, dos pais e da escola diante do surgimento de grandes tecnologias literárias (E-books, tablets app, widgets, etc)? 

Rosane - Acredito que uma não deva isentar a outra. Ambas podem contribuir para a formação do leitor. Tanto o livro impresso, quanto o livro digital, devem ser acessados. Os pais e a escola são fundamentais no acompanhamento e incentivo ao hábito da leitura pelas crianças e jovens. Ler para e com os filhos, propor atividades dinâmicas e criativas sobre o livro literário na escola, pode fazer com que as crianças se interessem pela leitura e sintam prazer ao fazê-la. 


Vladi - Qual o impacto social que você enxerga sobre o fato de nas escolas haver um maior incentivo à leitura e escrita digital do que no padrão impresso e escrito? Isso seria uma evolução natural ou existem perdas e ganhos? 

Rosane - Não tenho certeza se há maior incentivo à escrita e à leitura digital. Visito muitas escolas durante o ano, e na maioria das escolas públicas ainda não é uma realidade a inclusão digital. Mas eu acredito que é um processo natural os alunos utilizarem mais a escrita digital para os trabalhos escolares. A era digital trouxe muitos benefícios para todos os campos profissionais e educativos, mas deve ser utilizada com cautela e com orientação de pais e professores. O que eu tenho observado é que com o uso da internet, a digitação (exigida nos trabalhos) acompanha o pensamento rápido, em contraponto, a escrita é mais demorada. Lembro que quando eu cursava a 4º série do ensino fundamental, eu escrevia no caderno de caligrafia e minha letra era mais bonitinha do que hoje. Acho que fui perdendo essa habilidade em função da digitação. Quanto à leitura, eu ainda prefiro os livros impressos. Adoro segurar nas mãos as histórias. É como se eu as carregasse no colo (risos). O impacto social é um processo que temos que acompanhar, visto que somos parte desse processo.

Vladi - Durante a adaptação da literatura para a contação de histórias, você utiliza outras referências externas para a criação e concepção de personagens e roteiro? 

Rosane - A literatura escrita difere da literatura na oralidade. Na maioria das vezes, eu conto utilizando apenas o recurso da voz. Se o conto é literário autoral, procuro ser fiel ao texto. Quando necessário, mudo uma ou outra palavra para tornar o texto mais audível. Mas se o texto for poético, por exemplo, não tenho como modificar nada, nenhuma vírgula.  Eu prefiro contos populares, recolhidos da literatura oral. Esses contos nos possibilitam uma maior interatividade com a história. De acordo com o contexto da história, o período histórico, os personagens, eu mudo para trazê-lo para uma realidade mais atual. Mas tudo depende da história e do que ela possibilita. Não dá para sair mudando tudo, colocar ou retirar personagens de um texto. O ideal é termos bom senso e responsabilidade com o texto.

 Vladi - Para os projetos futuros, tu prevês uma adaptação da tua obra para os meios digitais ou para o meio teatral com uma significância maior?

Rosane - Estou iniciando a minha trajetória como escritora (ainda é tudo muito novo). Um dos motivos que me motivou a enviar meus textos para algumas editoras foi que um deles já estava sendo narrado por uma contadora de histórias em BH. Eu o havia publicado  no meu blog e ainda não tinha pensado em publicá-lo em papel. Foi uma bela surpresa quando ouvi pela primeira vez a minha história e a pessoa ainda não me conhecia. Foi emocionante! Essa mesma história será adaptada para o teatro por um grupo de bonequeiros no Paraná. Espero ver meus textos publicados, lidos, contados, interpretados e porque não em e-books.  Quem sabe, publicamos juntos, Vladi? (É um convite)