sexta-feira, 31 de julho de 2009

Confraria em Caxias do Sul/RS


No dia 22/julho, foi inaugurada a extensão da Reinações em Caxias do Sul. A cidade serrana recebeu alguns confrades-fundadores (Christian David, Elaine Maritza, Hermes Bernardi Jr. e Caio Riter), que, além de apresentarem um histórico da Reinações, participaram do debate que teve como tema o livro Meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos. O encontro aconteceu na aconchegante Livraria Do Aarco da velha (Rua Os 18 do Forte, 1690). A coordenação do encontro foi da confrade Helô Bacichette (ver link do seu blogue na tag associados), que, já havendo participado da confraria em Porto Alegre, levou a ideia para Caxias e foi a incentivadora do evento. O 1º encontro teve vários participantes, um clima bem bacana de troca de ideias (como os que ocorrem em Porto Alegre) e grande exposição na mídia. Mês que vem tem mais, como o livro O mistério das aranhas verdes, de Carlos Heitor Cony e Ana Lee.
Confiram o registro fotográfico na íntegra, aqui. E aqui pode-se conferir o blogue que Helô criou para relatar os encontros da confraria na Serra.

2º Encontro Divulga Leitura

Clique na imagem para ampliá-la Associados AEILIJ-RS participam de atividade promovida pela Artes e Ofícios Editora.

domingo, 19 de julho de 2009

Novo associado


Renan dos Santos acaba de completar 24 anos, mas tem o espírito tão contemporâneo quanto “vintage”. Apaixonado por animais e tudo que já tem história, o artista é aficionado por ilustração antigas e fez do bico de pena e nanquim suas principais ferramentas. Mas apesar de ter recorrido a técnicas clássicas para desenvolver seu estilo, a temática que envolve seus personagens, em geral criados com uma infinidade de traços, revelam que ele é antenado nas principais tendências deste milênio.

Seus animais em profusão podem ser inocentes e delicados como as ilustrações infantis dos clássicos Peter Rabbit, de Beatrix Potter, e The Velveteen Rabbit, de William Nicholson. Ou podem ser bizarros e malditos, transfigurados e híbridos, inseridos em um contexto absurdo, criado com técnicas mistas como colagens e pintura, revelando forte influência do surrealismo, da arte urbana e suas temáticas transgressoras.
Flickr do Renan, aqui.

Desdobrando a Confraria

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A exemplo do que acontece na “matriz” de Porto Alegre, desde 2007, a Confraria Reinações de Caxias” pretende reunir, mensalmente, escritores e leitores de literatura infantil e juvenil, a fim de debater a produção literária voltada às crianças e aos adolescentes, destacando seu espaço e importância na formação de público leitor e seu caráter de Arte. Para isso, a cada mês, ocorrerá o debate sobre um livro infanto-juvenil ou sobre a obra literária de um escritor. Saiba mais.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Convite/Programa

Clique nas imagens para visualizá-las melhor.

IIustrarte 2009

- Promover a ilustração de livros para a infância como forma de arte.

- Criar um espaço onde se vê e discute a melhor ilustração para a infância mundial.

- Consolidar a posição de Portugal como um dos pólos europeus de excelência, promotores desta arte.

São objetivos da Ilustrarte 2009, que em sua 4ª edição ocorrerá no Museu da Electricidade, em Lisboa - Portugal.

Regulamento
Ficha de inscrição

Saiba mais,aqui.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

AEILIJ-RS firma parceria com Atelier de Artes



Fazia algum tempo que a AEILIJ-RS tentava firmar parceria com o Atelier Livre de Porto Alegre, no sentido de incluir na programação do Festival de Arte, oficinas que contemplassem a arte da ilustração em livros infantis, haja visto o número significativo de artistas que lá estudam e que, por desconhecimento do mercado editorial e dos processos de criação de imagens para os livros infatis e juvenis, ficam à margem das possibilidades de atuar no mesmo. Este ano foi possível concretizar nosso desejo e incluir dois cursos. Um prático, outro teórico. Abaixo a programação de ambos.

23ºFESTIVAL DE ARTE CIDADE DE PORTO ALEGRE


ATELIER LIVRE DE PORTO ALEGRE
13 A 17 DE JULHO 2009


O caminho das pedras – montagem e criação do livro infantil
Hermes Bernardi (Porto Alegre)
O Livro ilustrado-. A relação palavra-imagem. O boneco do livro. A montagem do boneco. A produção do livro. Público: artistas e escritores, com apresentação de breve currículo.
N ° alunos: 20 Turno: Noite

O que é ilustração: sua história dentro da literatura infantil
Odilon Moraes (São Paulo)
Introdução ao livro ilustrado. A palavra e a imagem nas experiências contemporâneas. A ilustração na literatura infantil brasileira. A história de uma capa.
N º alunos: 20 Turno: Tarde

CURSOS (R$ 60,00)

Informações e outros cursos: 9h às 18h
Av.Érico Veríssimo 307
alivre@smc.prefpoa.com.br
(51) 3289-8057 / 3289.8058 / fax (51) 3289-8080

terça-feira, 7 de julho de 2009

Da FLIP


02 de julho, na FLIP em Paraty, foi dia de Manifesto por um Brasil Literário, lido publicamente pelo escritor Bartolomeu Campos de Queirós. Formulado com o apoio do Instituto C&A, da Associação Casa Azul, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, do Instituto Ecofuturo e do Centro de Cultura Luiz Freire (CCLF), documento pretende promover o debate sobre a importância da leitura literária e das políticas de promoção da leitura.
O Manifesto é o ponto de partida para as discussões em torno da importância da leitura de livros. E da busca do prazer de ler. O objetivo é acolher propostas e engajar o maior número de pessoas em torno dessa causa, para mobilizar o país em busca da construção de um Brasil literário.
O debate foi orientado pelas seguintes questões: é possível transformar o Brasil em um país de leitores? O que entendemos por um país de leitores e o que esperamos dele? Como fazer para que as ações existentes de promoção da leitura possam convergir para uma atuação conjunta na construção de um país leitor?
Depois da FLIP, os interessados podem acompanhar as ações de incentivo à leitura literária que estão acontecendo no país, conhecer a agenda que pauta essa temática e saber os próximos passos. Essas iniciativas darão base a um movimento nacional de incentivo à leitura literária e estarão publicadas aqui, também lançado no dia 2. O espaço virtual abrigará um fórum de discussão, enquetes e notícias com essa temática e é o principal meio de adesão ao manifesto. Leia o manifesto.



fonte: Comunicação Flip - Flávio Moura

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Vice-versa de julho


Dois escritores que residem em Porto Alegre trocam ideias sobre o fazer literário. Christian David iniciou sua ´carreira literária com financiamento do Fumproarte e, com seu segundo título, Mão dupla, integra o catálogo de Bolonha. Jacira Fagundes, além de ter dois títulos publicados para crianças, publica para adultos e ministra oficinas de criação literária.

Christian pergunta. Jacira responde.

Christian David - Tens algum ritual para começar a escrever? Algum local exclusivo, hora do dia, roupa especial?
Jacira Fagundes - Não costumo me prender a um ritual. Isto depende muito do meu tempo relacionado às demais atividades. Mas geralmente escrevo à tarde e à noite, diretamente no computador. Na maioria das vezes acompanhada por uma água ou cafezinho e sala silenciosa, não aprecio quaiquer ruídos, sequer música, quando escrevo.

CD - Escrever para ti é uma decisão ou uma compulsão? Problema ou solução? Trabalho ou diversão?
JF - Já foi uma compulsão mal direcionada, hoje é uma decisão bem assumida. O ato de escrever, encaro como atividade decorrente do meu trabalho de escritora. Como escrevo, além da literatura infanto-juvenil, contos e novelas direcionados ao leitor em geral, e ainda textos para jornal cultural, estou sempre envolvida em escrita. Escrevo diariamente, mas também me divirto muito, principalmente com textos para crianças.

CD - Utilizas muito da tua vivência de criança e adolescente nos textos ou partes mais da observação das crianças e jovens de hoje?
JF - Em geral vou compondo ao longo do tempo e registrando aqui e ali, experiências infantis vividas na casa paterna e na casa da minha avó, principalmente. Não as uso integralmente; é um porão da avó que aparece no ambiente, ou uma fala do pai que coloco no personagem, nada além disto, ou o gosto de uma comida feita pela minha mãe. Valho-me bem mais da observação das crianças de hoje, das histórias reais que surgem na imprensa, dos personagens de outros autores que leio. Mas o meu imaginário sempre abre novas possibilidades para as cenas reais.

CD - E o que a Jacira leitora busca na leitura de um livro infantil ou juvenil? O que mais te chama a atenção?
JF - O inusitado, a exploração do imaginário, o texto envolvente, o novo olhar que o autor se permite e me permite como leitora.

CD - Qual teu próximo projeto?
JF - Estou com um livro de contos no prelo intitulado No limite dos sentidos saindo talvez para agosto. São 22 contos para o leitor adulto. Para o leitor infanto-juvenil estou escrevendo uma pequena novela que se chamará Mania de Gavetas, sobre uma menina que tem uma compulsão por bisbilhotar gavetas alheias. No projeto, estou entrevistando pré-adolescentes e me surpreendendo com os possíveis e incríveis objetos que residem nas gavetas dos guardados dos pequenos.

Jacira pergunta. Christian responde.

Jacira Fagundes - O que te levou à preferência na tua criação literária por obras direcionadas ao público infanto-juvenil? Que tipo de leitura te serviu de experiência?
Christian David - A preferência saiu meio ao natural, não pensava em escrever especificamente para jovens, mas, durante o processo de criação, o texto acabava ficando com aquele "jeitão" de texto juvenil, coisa boa de acontecer, gosto de escrever pra esse público.
Li todas as possibilidades de gibis quando era adolescente, além de muito livro de ficção-científica. Acho que essas leituras moldaram um pouco o que escrevo hoje. Mas, por ser um adolescente um tanto tímido, a questão da angústia adolescente também aparece, e bastante, nos meus textos.

JF - Como te ocorreu a ideia pela primeira vez? Como foi a decisão por um tema? Quais foram tuas apreensões na época?
CD - Comecei escrevendo sem grandes pretensões, não pensava em ser escritor. Só comecei a levar a sério quando recebi o financiamento do Fumproarte. Daí fiquei preocupado com que o produto final ficasse bom, e acho que dentro das minhas possibilidades e conhecimentos na época meu primeiro livro ficou bem bacana.

JF - Como tem sido atualmente? Tens algum tipo ou tema recorrente? O que chega primeiro - o tema ou os personagens? Ou ambos? Ou não dá para definir?
CD - Tenho mais idéias do que consigo colocar no papel, e isso, as vezes, é um problema. Escrevo sobre aquilo que me move, que me toca ou preocupa, ou, no caso das minhas aventuras fantásticas, sobre histórias que eu gostaria que existissem. Geralmente o que aparece primeiro é o personagem e sua vida interior, o resto vai se formando ao redor.

JF - Antes de compor a história constróis algum projeto em linha gerais? ou em detalhes? Ou a história vai se construindo na medida da criação do texto? Como é este processo? calmo? com horários previamente estabelecidos? conturbado?
CD - Não tenho um processo específico ou definido, anoto as idéias para não esquecê-las e quando começo a escrever já sei aonde quero chegar. As vezes dou uma travada no meio e o texto fica esquecido algumas semanas. O texto fica fermentando na minha cabeça até que entre em erupção e eu volte a escrever. Escrevo quando dá, quando tenho uma folga, quando acontece de eu estar na frente de um computador com tempo disponível. Meio angustiante mas sem chance de mudança por enquanto.

JF - Durante o processo de criação, com que sentimentos convives mais fortemente? Prazer, diversão, ansiedade, dor? Teus personagens costumam invadir teu tempo real além do ficcional? Como gerencias estes momentos?
CD - A angústia e a ansiedade estão presentes, mas, geralmente, antes de começar a escrever; quando coloco as palavras no papel me divirto de verdade. Acho que separo bem a ficção da realidade, mas alguns personagens teimam em soltar frases na minha cabeça durante o dia, nos mais variados momentos. Daí é hora de escrever.